Trânsito entre dimensões, díptico, 70 x 100 cm (cada), 2021
colagem, monotipia, tintas acrília, guache e spray, carbono, carimbo, pastel oleoso, caneta permanente, fita crepe e grafite sobre papel
escrevia alguma coisa sobre a repetição. mas não era uma repetição de iguais, era uma repetição como movimento, que muda a cada gesto. desenhava catástrofes. como um acontecimento e naquele instante tudo mudou. mas poderia ser a própria catástrofe a constatação de que nada muda, ou que poderia ter mudado, mas perdeu-se a chance.
procurar as brechas, onde é possível atravessar e voltar. um campo por onde se escapa, trânsito entre dimensões. como um pequeno lugar por onde se pode ver o caos. ver apenas de passagem, como algo ou alguém que se move rapidamente pelo meu campo de visão. como um abrigo com um buraco por onde se entra um pouco de luz. a cúpula do panteão, ou o seu exato oposto, o ralo. um lugar de acesso, mas esse acesso é restrito. ‘perigo de vida. alta tensão’ alerta a placa na rua.